segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Divertimento


      Penso que já se torna um hábito rotineiro, ouvir das pessoas mais velhas que os jogos, principalmente os virtuais, causam apenas um impacto negativo na vida das crianças, e que as influenciam a tomar decisões erradas baseadas no que aprendem ao viciarem-se em qualquer jogo. O que para mim é uma ideia completamente errada, mas como sou jovem e gosto de jogos talvez não seja a melhor pessoa para julgar este assunto, mas ainda assim deixarei o meu ponto de vista e a experiência que tenho com isso.
      Os jogos começaram cedo a moldar a minha vida, quando era criança era com jogos que mais começávamos a socializar com as outras pessoas, a nossa ingenuidade levava-nos a tentar descobrir muitas coisas, e o gosto de estar com outras pessoas era também alimentado pela diversão que surgia nestas oportunidades que tínhamos de brincar com os outros. Este é apenas um dos aspectos positivos, e dos primeiros que reparei quando reflecti sobre o impacto dos jogos na minha vida. Cedo também começaram a ser diferentes, começamos a crescer e com isso a ingenuidade também se vai embora, começamos a entrar num mundo completamente diferente, a isolar um pouco, a ter o nosso espaço e privacidade. E claro que, é aí que entra o negativismo da situação, juntamente com a Internet ou uma consola qualquer, em que toda a gente -pelo menos da minha geração- experimentou.
      Mas nem aqui vejo os efeitos negativos dos jogos nas crianças ou adolescentes, começar a jogar pela Internet levou-me ainda a mais coisas positivas, todo o inglês que aprendi foi quase devido ao divertimento que tinha, e à necessidade de usar o dicionário quando precisava de descobrir uma coisa nova no jogo –porque as vezes a necessidade é superior à vontade -, não o aprendi muito na escola, porque acho que os métodos de ensino e de introdução a uma nova língua não foram os ideais. E não é só, aprendi novos locais, novos países, aprendi imenso sobre novas culturas (coisa que não vejo muito nem na televisão), tive conhecimento do que se passava na actualidade noutras partes do mundo. É uma mão cheia de coisas positivas, e acho que claramente os efeitos positivos são superiores aos horrorosos que toda a gente fala. Já para nem falar do impacto que esta indústria tem na economia e nos postos de emprego que cria.
Se uma criança é influenciada por um jogo violento, irá ser ainda mais facilmente influenciada pelo ambiente à sua volta e pelo que vê na televisão, e como vemos isso todos os dias, acho que a televisão teria muita mais influência na cabeça de um jovem já que é uma situação real, e não um conjunto de bonecos a mexerem-se. Se um jogo é culpado pela violência de um jovem, o que devemos dizer de todas as outras coisas que o influenciam? Se alguém violar uma pessoa, seja homem ou mulher, devemos culpar a pornografia ou a sua indústria? Ninguém fala disso porque? -tirando o facto que metade vê, gosta e não admite- pronto.
      É verdade que os jogos influenciam a rotina dos jovens, viciam-se neles, mas isso já é mais culpa dos pais que não os obrigam a partilhar o tempo de jogo com o tempo dos estudos ou de qualquer outra coisa, e se acham que eles têm uma influência negativa nos filhos, não os comprem, assim vão diminuir muito mais o tempo a que eles estarão expostos ao problema. Antes de se apontar o dedo a qualquer coisa, devemos primeiro ver se o problema não vem primeiro de dentro da nossa própria casa, ou se a culpa não é apenas nossa.

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