Penso que já se torna um hábito rotineiro, ouvir das pessoas mais velhas que os jogos, principalmente os virtuais, causam apenas um impacto negativo na vida das crianças, e que as influenciam a tomar decisões erradas baseadas no que aprendem ao viciarem-se em qualquer jogo. O que para mim é uma ideia completamente errada, mas como sou jovem e gosto de jogos talvez não seja a melhor pessoa para julgar este assunto, mas ainda assim deixarei o meu ponto de vista e a experiência que tenho com isso.
Os jogos começaram cedo a moldar a minha vida, quando era criança era com jogos que mais começávamos a socializar com as outras pessoas, a nossa ingenuidade levava-nos a tentar descobrir muitas coisas, e o gosto de estar com outras pessoas era também alimentado pela diversão que surgia nestas oportunidades que tínhamos de brincar com os outros. Este é apenas um dos aspectos positivos, e dos primeiros que reparei quando reflecti sobre o impacto dos jogos na minha vida. Cedo também começaram a ser diferentes, começamos a crescer e com isso a ingenuidade também se vai embora, começamos a entrar num mundo completamente diferente, a isolar um pouco, a ter o nosso espaço e privacidade. E claro que, é aí que entra o negativismo da situação, juntamente com a Internet ou uma consola qualquer, em que toda a gente -pelo menos da minha geração- experimentou.
Mas nem aqui vejo os efeitos negativos dos jogos nas crianças ou adolescentes, começar a jogar pela Internet levou-me ainda a mais coisas positivas, todo o inglês que aprendi foi quase devido ao divertimento que tinha, e à necessidade de usar o dicionário quando precisava de descobrir uma coisa nova no jogo –porque as vezes a necessidade é superior à vontade -, não o aprendi muito na escola, porque acho que os métodos de ensino e de introdução a uma nova língua não foram os ideais. E não é só, aprendi novos locais, novos países, aprendi imenso sobre novas culturas (coisa que não vejo muito nem na televisão), tive conhecimento do que se passava na actualidade noutras partes do mundo. É uma mão cheia de coisas positivas, e acho que claramente os efeitos positivos são superiores aos horrorosos que toda a gente fala. Já para nem falar do impacto que esta indústria tem na economia e nos postos de emprego que cria.
Se uma criança é influenciada por um jogo violento, irá ser ainda mais facilmente influenciada pelo ambiente à sua volta e pelo que vê na televisão, e como vemos isso todos os dias, acho que a televisão teria muita mais influência na cabeça de um jovem já que é uma situação real, e não um conjunto de bonecos a mexerem-se. Se um jogo é culpado pela violência de um jovem, o que devemos dizer de todas as outras coisas que o influenciam? Se alguém violar uma pessoa, seja homem ou mulher, devemos culpar a pornografia ou a sua indústria? Ninguém fala disso porque? -tirando o facto que metade vê, gosta e não admite- pronto.
É verdade que os jogos influenciam a rotina dos jovens, viciam-se neles, mas isso já é mais culpa dos pais que não os obrigam a partilhar o tempo de jogo com o tempo dos estudos ou de qualquer outra coisa, e se acham que eles têm uma influência negativa nos filhos, não os comprem, assim vão diminuir muito mais o tempo a que eles estarão expostos ao problema. Antes de se apontar o dedo a qualquer coisa, devemos primeiro ver se o problema não vem primeiro de dentro da nossa própria casa, ou se a culpa não é apenas nossa.
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